OLYMPICA INTERNACIONAL - CLINICAS DO DESPORTO (NEWSLETTER - ANDEBOL / JUNHO 2010)
A PUBALGIA
É um sofrimento de carácter subjectivo, traduzido por dor, a condicionar maior ou menor impotência funcional ao atleta, que pode afectar toda a região da sínfise púbica, do baixo-ventre e da raiz das coxas nas suas inserções musculo-tendinosas vizinhas. A designação mais adequada é Síndroma Pubálgico.
É claramente muito superior nos homens, em relação às mulheres e é muito habitual nos praticantes de andebol e outras modalidades de maior actividade e agressividade física, como ténis, esgrima, futebol, voleibol e outros. Embora o número de mulheres que se dedica à prática de andebol e outras modalidades, seja consideravelmente menor, as diferenças anatómicas do canal inguinal e as menores exigências no treino, para além da melhor adaptação da bacia feminina à violência biomecânica, são as principais justificações para esta diferença. A pubalgia está sempre dependente de factores intrínsecos, que estão directamente relacionados com o próprio atleta, ou seja, com o seu morfótipo. Normalmente são atletas brevilíneos, com hipertrofia muscular abdominal e menor flexibilidade dos músculos dos membros inferiores, particularmente dos aductores. Associam-se algumas anomalias congénitas ou adquiridas da parede abdominal, sobretudo nas suas localizações mais inferiores, em particular no canal inguinal, como fragilidade da parede posterior, hérnias congénitas ou adquiridas.
Para além destes concorrem frequentemente também factores extrínsecos, que são sempre estranhos ao atleta e estão directamente relacionados com a prática desportiva. Dependem de uma série de situações tais como: factores ecológicos relativos à qualidade dos solos e calçado usado, (pisos duros e uso de calçado com pouca absorção de choque), tipo de modalidade desportiva praticada, que pode ser mais ou menos agressiva para a região púbica (futebol, esgrima, ténis, rugby), excessos quantitativos, erros na coordenação e progressão do treino. No atleta fundamentalmente são duas as estruturas interessadas directamente na síndroma pubálgico (Pubalgia): os músculos aductores da coxa e o complexo do canal inguinal.
Este conjunto de estruturas, quando submetidas a gestos técnicos repetitivos, juntamente com o ambiente predisponente dos factores intrínsecos e ou os extrínsecos, acabam por criar soluções de compromisso e desencadeiam situações diversas de instabilidade nestas áreas. Perante uma pubalgia enquadrada nestas duas áreas, o atleta deverá ter um repouso desportivo completo e adequadamente prolongado, em associação com o protocolo terapêutico instituído, para que a cura de qualquer elemento tendino-aponevrótico envolvido seja total.
No entanto e sendo a pubalgia uma lesão tão incapacitante, deve-se se possível preveni-la. A sua prevenção passa por um treino programado e progressivo. Devem ser prevenidos, apoiados e tratados todos os factores predisponentes. Para isso é necessária uma estreita colaboração entre o ATLETA, o TREINADOR, o MÉDICO e o FISIOTERAPEUTA.
Direcção de edição – Francisco Santos Silva, Dr. (ortopedista)
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