COMUNICAÇÃO À IMPRENSA
Como é do conhecimento geral, foi trágico o final de tarde do passado dia 30 de Novembro de 2008.
Foram momentos de extrema emoção, ansiedade e desespero, aqueles que se viveram no Pavilhão do F.C. de Gaia pelas 17H15 do último domingo.
Apesar de prontamente assistido, através dos recursos disponíveis no local e da rápida e persistente intervenção dos paramédicos, foi com um aterrador sentimento de impotência e revolta que vimos o nosso Luís adormecer num sono profundo.
A consternação e angústia de todos os que participaram e assistiram a este terrível abalo são indescritíveis.
A notícia correu célere através do telefone, da Internet e da Comunicação Social, gerando uma onda imensa de tristeza e, simultaneamente, uma impressionante cadeia de solidariedade em todo o país.
A Vila da Branca e a Jobra sentiram de forma particularmente profunda este pesadelo, procurando, com um elevado espírito de união e entreajuda, superar solidariamente com a família do Luís esta brutal ocorrência.
Tendo iniciado a sua formação desportiva na Jobra aos nove anos de idade, o Luís foi sempre um miúdo com uma conduta irrepreensível, cedo se tornando um jovem ídolo dos mais novos pelo seu carácter, pelo seu exemplo, pela sua alegria, pela sua amizade, pelo seu empenho, pela sua dedicação, pelas suas defesas e pelo amor ao clube do seu coração. Era, agora, um jogador brilhante, um talento promissor e, acima de tudo, uma pessoa irrepreensível com uma serenidade impressionante quer dentro do campo quer na sua vida particular e profissional.
Queremos registar particularmente uma nota de especial reconhecimento e gratidão aos colegas de equipa do Luís, ao dirigente Jorge Mortágua, ao técnico Prof. Gonçalo Melo, aos jogadores, treinadores e dirigentes da equipa júnior do F.C. de Gaia e á dupla de arbitragem, pela coragem, união e solidariedade que conjuntamente partilharam nas incríveis horas que se seguiram à ocorrência.
Deixamos, também, uma nota de agradecimento à psicóloga Drª Natália e ao médico Dr. Alberto Serrano pela disponibilidade e apoio que, de forma desinteressada, prestaram à família nas difíceis horas que se seguiram ao falecimento do Luís.
A Direcção da Jobra e a Secção de Andebol decidiram prescindir de utilizar, em todos e quaisquer jogos de qualquer escalão, o número 12, num gesto que, sendo simbólico, visa perpetuar a memória do Luís.
À família do Luís, muito especialmente aos seus pais, irmã e avós, queremos deixar uma mensagem de conforto e assegurar que, através da convivência diária que com ele mantivemos, embora em apenas 20 anos, o Luís nos deixou orgulhosos pelo seu extraordinário exemplo de humildade, de integridade, de respeito, de amizade, de trabalho e de dedicação que muitos de nós, adultos, dificilmente conseguiremos atingir.
Estamos também hoje a evocar o nosso companheiro, amigo e atleta Manuel Amaral, falecido no passado dia 9 de Novembro, vítima de doença prolongada.
Lamentamos que apenas tenha sido nosso companheiro de clube durante 5 anos, mas muitos de sã camaradagem e de companheirismo nas diversas provas e treinos em conjunto.
No entanto e durante esses 5 anos, deu-nos e ensinou-nos lições de vida, pelo seu carácter, simples e humilde, correcto, leal, defensor dos ideais no companheirismo e no desporto por si defendido com muita garra, pela luta para ser melhor que os seus adversários.
Manuel Amaral faleceu num dos dias mais importantes para o atletismo popular Português:
• Foi no dia da realização de mais uma edição da meia maratona da Nazaré, considerada a mãe das meias maratonas de Portugal;
• Naquela que, por ele, era das melhores provas de estrada a nível nacional;
• Naquela que participou bastantes vezes, tanto pela Jobra, como pelo Grupo. C.Rec. Telhadela
• E, talvez, naquela em que pela primeira vez lhe tenha sido detectada a doença, que levou a deixar-nos precocemente.
Fica-nos a recordação de um homem e um companheiro exemplar, que muitas equipas desejariam ter nas suas fileiras.
Resta-nos dizer, o nosso muito obrigado
É com este espírito, honrando a memória do Luís, do Amaral e de outros amigos que já partiram, que prosseguiremos com redobrado empenho a nossa missão de formação de crianças e jovens no domínio da cultura, das artes e do desporto, contribuindo até à exaustão para a promoção de uma sociedade mais correcta, equilibrada e humanista.
Aproveitando o facto da realização do jogo Jobra – Benfica, a contar para o Campeonato Nacional de Juvenis, a Jobra prestou uma publica mas singela e sentida homenagem aos seus dois atletas falecidos no curto espaço de um mês, entregando ao Sr. Francisco, pai do Luís a camisola nº 12 do seu filho, autografada pelos seus companheiros de equipa, pelos directores e pelos treinadores, e ao Filipe Amaral, filho do Manuel Amaral, uma camisola da Jobra igualmente autografada pelos seus companheiros de equipa, pelos seus directores e pelo seu treinador.
Ainda, simbolicamente, procedemos à entrega de uma outra camisola nº 12, devidamente autografada pela equipa júnior de Andebol ao Futebol Clube de Gaia.
Registamos, ainda, a oferta por parte do Sport Lisboa e Benfica de uma camisola autografada pela sua equipa sénior de andebol que, por anuência quer da Jobra quer do Benfica, entregámos à família do Luís.
Queremos, também, agradecer, em nome da Jobra e das famílias do Luís e do Amaral, a todas as pessoas e entidades que, sob as mais diversas formas, nos expressaram as suas profundas condolências e solidariedade durante e após as trágicas ocorrências.
Finalmente e no sentido de retomarmos as nossas actividades dentro da possível normalidade, recuperando e protegendo anímica e psicologicamente os atletas e todas as pessoas que, de perto, acompanharam estes trágicos acontecimentos, informamos que nos escusamos a prestar quaisquer outras informações, passando o assunto a constituir matéria exclusiva do foro interno da Jobra, sem prejuízo do normal desenvolvimento do processo pelas vias legais até ao seu encerramento.
Branca, 7 de Dezembro de 2008
A Direcção da Jobra
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